sábado, 1 de abril de 2017

RUY ANTUNES PEREIRA




RUY PEREIRA



            Nasceu em 22 de junho de 1902, no Sobrado Antunes Pereira (hoje Prefeitura Municipal). Sobrado este construído por seu avô materno JOSÉ ANTUNES DE OLIVEIRA, onde residiu com seus pais – OLÍMPIO VARELA PEREIRA e MARIA MAGDALENA ANTUNES PEREIRA, juntamente com os irmãos – MARIA ANTONIETA PEREIRA VARELA, VICENTE IGNÁCIO PEREIRA, ABEL ANTUNES PEREIRA e JOANA D´ARC PEREIRA DO COUTO, EM Ceará-Mirim-RN.

            Ruy Antunes Pereira freqüentou o Grupo Escolar “Barão e Ceará-Mirim”, a partir de 1915. Nessa época, a família mudou-se para e Engenho Oiteiro (herança deixada por José Antunes de Oliveira para sua filha Magdalena).

            Chegando no engenho, era preciso trabalhar, e o menino Ruy, com apenas 13 anos, passou a ajudar os pais intensivamente, para que pudessem dar aos filhos a educação suficiente.

            Ruy era responsável nas madrugadas, na chamada aos operários, para o início da moagem, tendo, inclusive, trabalhado como maquinista (pessoa responsável em abrir e fechar o breque a vapor, para movimentar e parar as moendas), e, também, era exímio limpador de garapa (caldo de cana) nos tachos ferventes, para melhorar a qualidade do açúcar bruto. Já àquela época, era profundo conhecedor da propriedade, identificando todos os partidos de cana pelo nome.

            Além dos estudos do Grupo Escolar “Barão de Ceará-Mirim”, recebia aulas diárias com a experiência, a inteligência e a dedicação da sua mãe. Este foi o único estudo que ele pôde ter. Isso até constituía um certo complexo de inferioridade nele; todavia, não o impedia de ser leitor assíduo de livros e jornais, conhecendo os mais notáveis autores brasileiros e estrangeiros. Nesse contexto, vale lembrar seus professores – Dr. Abner de Brito e a poeta Adele de Oliveira.

            Graças ao seu trabalho, conseguiu erguer um bom patrimônio, residindo sempre no seu “Mundo Encantado” (Engenho Mucuripe) onde, com humildade, sem demonstrações de vaidades ou ostentações, conquistou a amizade, o bem-querer e o respeito de todos os moradores.

            Em 12 de julho de 1927, contando com a colaboração da sua noiva Odette e da prima Maria da Cruz Ribeiro Dantas, arrendou uma área de 27 mil covas – 595 braças, correspondentes a mais ou menos 8,5 há, para plantio de cana, arrendamento este em terras da Usina Ilha Bela, vizinha (extrema) ao Engenho Oiteiro do seu pai – Olímpio Varela Pereira, por três anos, de 1927 a 1929, pelo preço de cinqüenta mil réis a mil-cova (cova é uma medida de área usada na região – um há, é  igual a 3.333 covas).

            Ruy Antunes Pereira dedicou-se ao trabalho até meados de 1986, quando, pelo avançado dos anos, pela fadiga, entregou os negócios ao filho Ruysinho. Mas, mesmo de longe, jamais deixou de amar seu “Mundo Encantado”.


            Era casado com Odette Ribeiro Pereira falecida em 30 de abril de 1992, com quem teve cinco filhos – Olavo Ruy, Adelmo, Maria (falecidos com menos de um ano de vida), Ruyzinho e Denise.

            Em 1980, fez em cartório (contando, para a tramitação da documentação, com a ajuda de Gilda e Carlos Cerino), um testemunho, solicitando aos filhos que, ao haver plantado uma palmeira, ali gostaria que fossem despejadas as suas cinzas. Desejo cumprido pela filha Denise e o genro Arnaldo Gaspar, que levaram seu corpo para São Paulo onde foi cremado, aos 23 de abril de 1995, voltando as cinzas para o lugar desejado – a palmeira.

O Senhor de Engenho, descendente de ilustres escritores do vale do Ceará-Mirim, como sua mãe – Maria Magdalena Antunes Pereira, seu tio-avô Juvenal Antunes de Oliveira, seu primo Nilo Pereira e tantos outros, deixou-nos, em inúmeras cartas, um testemunho de bem-querer ao passado e aos seus entes mais caros.
FONTE – BLOG BARÃO DE CEARÁ MIRIM

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