RUY PEREIRA
Nasceu em 22 de junho de 1902, no
Sobrado Antunes Pereira (hoje Prefeitura Municipal). Sobrado este construído
por seu avô materno JOSÉ ANTUNES DE OLIVEIRA, onde residiu com seus pais –
OLÍMPIO VARELA PEREIRA e MARIA MAGDALENA ANTUNES PEREIRA, juntamente com os
irmãos – MARIA ANTONIETA PEREIRA VARELA, VICENTE IGNÁCIO PEREIRA, ABEL ANTUNES
PEREIRA e JOANA D´ARC PEREIRA DO COUTO, EM Ceará-Mirim-RN.
Ruy Antunes Pereira freqüentou o Grupo
Escolar “Barão e Ceará-Mirim”, a partir de 1915. Nessa época, a família
mudou-se para e Engenho Oiteiro (herança deixada por José Antunes de Oliveira
para sua filha Magdalena).
Chegando no engenho, era preciso
trabalhar, e o menino Ruy, com apenas 13 anos, passou a ajudar os pais
intensivamente, para que pudessem dar aos filhos a educação suficiente.
Ruy era responsável nas madrugadas, na
chamada aos operários, para o início da moagem, tendo, inclusive, trabalhado
como maquinista (pessoa responsável em abrir e fechar o breque a vapor, para movimentar
e parar as moendas), e, também, era exímio limpador de garapa (caldo de cana)
nos tachos ferventes, para melhorar a qualidade do açúcar bruto. Já àquela
época, era profundo conhecedor da propriedade, identificando todos os partidos
de cana pelo nome.
Além dos estudos do Grupo Escolar
“Barão de Ceará-Mirim”, recebia aulas diárias com a experiência, a inteligência
e a dedicação da sua mãe. Este foi o único estudo que ele pôde ter. Isso até
constituía um certo complexo de inferioridade nele; todavia, não o impedia de
ser leitor assíduo de livros e jornais, conhecendo os mais notáveis autores
brasileiros e estrangeiros. Nesse contexto, vale lembrar seus professores – Dr.
Abner de Brito e a poeta Adele de Oliveira.
Graças ao seu trabalho, conseguiu
erguer um bom patrimônio, residindo sempre no seu “Mundo Encantado” (Engenho
Mucuripe) onde, com humildade, sem demonstrações de vaidades ou ostentações,
conquistou a amizade, o bem-querer e o respeito de todos os moradores.
Em 12 de julho de 1927, contando com a
colaboração da sua noiva Odette e da prima Maria da Cruz Ribeiro Dantas,
arrendou uma área de 27 mil covas – 595 braças, correspondentes a mais ou menos
8,5 há, para plantio de cana, arrendamento este em terras da Usina Ilha Bela,
vizinha (extrema) ao Engenho Oiteiro do seu pai – Olímpio Varela Pereira, por
três anos, de 1927 a 1929, pelo preço de cinqüenta mil réis a mil-cova (cova é
uma medida de área usada na região – um há, é igual a 3.333 covas).
Ruy Antunes Pereira dedicou-se ao
trabalho até meados de 1986, quando, pelo avançado dos anos, pela fadiga,
entregou os negócios ao filho Ruysinho. Mas, mesmo de longe, jamais deixou de
amar seu “Mundo Encantado”.
Era casado com Odette Ribeiro Pereira
falecida em 30 de abril de 1992, com quem teve cinco filhos – Olavo Ruy,
Adelmo, Maria (falecidos com menos de um ano de vida), Ruyzinho e Denise.
Em 1980, fez em cartório (contando,
para a tramitação da documentação, com a ajuda de Gilda e Carlos Cerino), um
testemunho, solicitando aos filhos que, ao haver plantado uma palmeira, ali
gostaria que fossem despejadas as suas cinzas. Desejo cumprido pela filha
Denise e o genro Arnaldo Gaspar, que levaram seu corpo para São Paulo onde foi
cremado, aos 23 de abril de 1995, voltando as cinzas para o lugar desejado – a
palmeira.
O Senhor de Engenho, descendente de ilustres
escritores do vale do Ceará-Mirim, como sua mãe – Maria Magdalena Antunes
Pereira, seu tio-avô Juvenal Antunes de Oliveira, seu primo Nilo Pereira e
tantos outros, deixou-nos, em inúmeras cartas, um testemunho de bem-querer ao
passado e aos seus entes mais caros.
FONTE
– BLOG BARÃO DE CEARÁ MIRIM